sábado, maio 14, 2005

COM UMA MÃO NO TÍTULO 

Luisão festaja efusivamente o seu golo
O Benfica ganhou por 1-0 ao seu eterno rival Sporting e está neste momento a apenas 1 ponto de garantir o título de campeão nacional.
A primeira parte conta-se numa única frase: futebol aos repelões, sem imaginação e com poquíssimas oportunidades de golo. A segunda parte já foi ligeiramente diferente, nomeadamente a partir dos 60', quando as duas equipas definitivamente acordaram para a partida. Simão falha um golo isolado perante Ricardo e logo a seguir Quim soca para canto um remate fortíssimo de Rochemback, na sequência de um livre directo. O jogo estava vivo, e era neste altura o Sporting que comandava o jogo, muito por força das alterações de Peseiro - entraram Tello, Pinilla e Hugo Viana para os lugares de Rui Jorge, Douala e Rochemback, respectivamente - enquanto Trapattoni continuava a acreditar no onze que tinha em campo, apesar da bancada pedirem insistentemente a entrada de Mantorras. Os jogadores do Benfica pareciam cansados, enquanto os leões seguravam a contenda, parecendo que o nulo se manteria até final. Só que aos 83' chega o lance que decide o encontro.
O lance do golo Livre do lado esquerdo do ataque benfiquista. A bola é cruzada para a pequena área, onde Luisão salta com Ricardo, e o esférico é introduzido na baliza leonina, para alegria dos 60 mil benfiquistas presentes no estádio. Ricardo e os seus colegas reclamam uma falta do defensor benfiquista na altura do cabeceamento, enquanto os jogadores encarnados efusivamente festejam o golo que seria o da vitória.
Com sinceridade, já vi e revi o lance n vezes, e continuo a achar que há um ligeiro toque de Luisão sobre Ricardo, o que por si só é suficiente para anular o lance; mas por outro lado, o guarda redes leonino também dá a sensação de se fazer muito mal ao lance, mesmo sem a oposição de Luisão. No fundo, é pena que o resultado e o campeonato sejam decididos num lance que vai dar muita polémica, apimentada pelo fervor clubístico de cada um dos contendores.
Após o golo, o jogo terminou. O Sporting desmembrou-se, Beto foi expulso por supostas palavras ao auxiliar de Paulo Paraty e o Benfica garantiu a vitória.
Pelo desenrolar do encontro, o empate seria o mais justo. dos Trapattoni não foi capaz de colocar a carne toda no assador e foi bafejado pela sorte com o golo; Peseiro colocou em campo a experiência e tentou segurar o encontro, jogando para o empate, apesar de nos últimos 25' a equipa leonina ter aparecido mais estendida no tereno.
Faltam 90' ou um singelo ponto para os benfiquistas explodirem finalmente a alegria de um título nacional sonhado há uma década. Ao Sporting, resta-lhe a consolação de ter sido uma das equipas que melhor futebol tem praticado esta temporada, não esquecendo que 4ª feira tem um jogo importantíssimo no historial do clube.

PS: Os benfiquistas estão a festejar no Marquês de Pombal e em outras zonas do país. Cuidado com os foguetes...

FIGO DE VOLTA 

Fico feliz pelo regresso de Figo à Selecção Nacional, mas era desnecessária esta tendência para pensarmos que só volta porque já não é titular no Real Madrid. Nem nós nem o jogador merecíamos esta ideia...

BENFICA - SPORTING 

Já muito se falou e escreveu sobre o jogo de hoje à noite. Que vai ser o jogo mais importante da época, da história dos dois clubes, da história do futebol português.
Não sou daqueles que enveredo por esses caminhos. O derby dos derbies que hoje se joga move multidões e paixões, empurradas por onze anos de espera benfiquista e por um ressurgimento do Sporting nos últimos anos, depois de anos de deserto, mas é apenas um jogo que decidirá (ou talvez não) mais um campeonato nacional, pois ao longo da história também houve derbies intensos, e tão ou mais decisivos que este.
Trapattoni vai jogar na expectativa, como bom treinador italiano que se preze, e o Sporting vai procurar tirar partido da pressão negativa dos 60 mil benfiquistas, caso as coisas não comecem a correr bem de início. Cá para mim, vai dar 0-0 ou 1-1.

quinta-feira, maio 12, 2005

A DEBANDADA CONTINUA... 

Costinha e Maniche vão continuar a festejar juntos em Moscovo Já estão confirmadas as saídas de Costinha e Maniche, também eles a caminho do Dínamo de Moscovo, seguindo as pisadas de outros jogadores que já passaram por relvados nacionais. Com eles, continua o desmembramento da equipa que durante 2 anos encantou a Europa e que permitiu grandes encaixes financeiros ao FC Porto.

O FC Porto actual quer cortar com o passado - leia-se Mourinho - mas precisa igualmente de equilibrar as ainda desequilibradas finanças. De qualquer forma, Pinto da Costa e seus pares tiveram um ano simplesmente atípico, com entradas e saídas de atletas de uma forma pouco usual para os lados do Dragão.
Este não é o Porto que conhecemos...

quarta-feira, maio 11, 2005

DE OLHOS EM BICO 

Notícias surgidas hoje falam do interesse do clube japonês Urawa Reds em Luís Figo, a troco de 3,6 milhões de euros anuais para o jogador português. Se esta notícia se tornar realidade, penso que é uma péssima opção para Figo, mesmo numa altura em que se encontra perante uma nova situação na sua carreira - o banco de suplentes do Real Madrid.
Não me parece que Figo precise dos ienes para fazer pé de meia, nem sequer o campeonato japonês é competitivo, e o extremo direito tem ainda todas as condições para fazer mais algumas temporadas ao mais alto nível. E o Sporting ainda sonha com ele...

UM ÁRBITRO PARATI(Y) 

O juíz nortenho Paulo Paraty foi o escolhido para o emocionante derby lisboeta. Por gostar de futebol corrido e sem muitas interrupções, não me parece a melhor escolha. Desconhecendo se existiriam limitações à sua nomeação, tenho para mim que o mais indicado para o encontro seria Pedro Henriques, um árbitro da Associação de Futebol de Lisboa e que deixa jogar, bem ao estilo britânico.

O MANIFESTO. E A MANIFESTAÇÃO,PARA QUANDO É? 

A reunião promovida pelos 3 principais clubes lisboetas para discussão de questões relacionadas com o futebol profissional em Portugal foi quase tão concorrida como os jogos da Superliga e Liga de Honra. Dos 36 clubes com convite, apenas 9 aceitaram o dito, o que é manifestamente pouco para quem quer tentar revolucionar o futebol em Portugal.
Duas análises primeiras podem ser retiradas daqui: ou Valentim Loureiro continua a ter um protagonismo difícil de quebrar - as declarações que prestou ontem sobre a reunião realizada são elucidativas da divergência de opiniões -, ou então a mensagem que Benfica, Sporting e Belenenses queriam passar não vingou.
Colocar os órgãos do futebol - nomeadamente a arbitragem - mais próximo do Estado só pode ser uma piada de mau gosto, quando se sabe as relações existentes entre organismos estatais e os clubes, com os 3 grandes à cabeça, é já demasiado estreita.
Tenho para mim que o caminho passa efectivamente por um brainstorming dos agentes futebolísticos, mas não da forma que os três clubes lisboetas - principalmente Benfica e Sporting - quiseram implementar. Grande parte das questões existenciais do universo futebolístico nacional dizem muito respeito aos chamados pequenos, que sofrem com a concorrência desleal dos grandes nos mais variados aspectos do jogo - dentro e fora do campo. É por eles que tem de iniciar-se a revolução que se pretende, tal como fizeram os clubes italianos no que diz respeito às verbas das transmissões televisivas.

terça-feira, maio 10, 2005

GOLO DE TELLO NO "PECADO" DE LIEDSON 

Rodrigo Tello festeja o único golo da partida
A uma jornada do escaldante Benfica-Sporting, o conjunto leonino atinge finalmente o lugar cimeiro da classificação, após vencer o Guimarães por 1-0, mas viu Liedson ficar de fora do próximo jogo, ao ser admoestado com o 5º amarelo.
A primeira parte do encontro foi fraca, com o Sporting incapaz de criar lances de perigo e furar a muralha vitoriana, apesar de ter o natural domínio da partida.
No segundo tempo, a entrada de Pedro Barbosa no lugar de Hugo Viana veio trazer mais dinâmica ofensiva aos leões, que não podiam desperdiçar a oportunidade de chegar à liderança do campeonato, mas mesmo assim as oportunidades de golo escasseavam. Só aos 57', Tello foi capaz de furar o bloqueio, que na marcação de um livre directo, colocou a bola na gaveta, não dando hipóteses a Palatsi.
O Guimarães como que acordou para o jogo, e a partir daí criou um conjunto de chances para chegar ao empate, para sofrimento dos quase 40 mil sportinguistas presentes nas bancadas, mas o Sporting conseguiu manter o sangue-frio e o controlo do jogo para não mais o perder.
No entanto, já em período de acréscimos, Liedson cometeu uma infantilidade, ao pontapear a bola já depois desta ter saído do terreno do jogo. Olegário Benquerença, por muito que custe ao jogador e massa associativa leonina, não perdoou o gesto e impede o avançado leonino de estar presente no derby, no que é um rude golpe numa equipa que já conta com vários indisponíveis por lesão.
Em suma, o Sporting alcança uma vitória justa sobre um Guimarães que veio a Alvalade jogar de uma forma receosa, só aparecendo em campo após o golo do chileno Tello, e vai à Luz com a motivação extra de estar no topo da classificação, destronando precisamente o seu eterno rival.

segunda-feira, maio 09, 2005

OS DONOS DO JOGO 

Luís Filipe Vieira, após a derrota do Benfica em Penafiel, apressou-se a estar presente na conferência de imprensa, salientando que Pedro Proença, árbitro do encontro, deveria ser o primeiro a excluir-se de arbitrar jogos do clube da Luz.
Reinaldo Teles, depois do empate em Moreira de Cónegos, afirma que a arbitragem de Bruno Paixão pareceu premeditada, e em tudo idêntica a uma ocorrida há uns anos em Campo Maior, da autoria do mesmo juiz.
Dias da Cunha, sempre que pode, vem criticar as arbitragens dos jogos que envolvam os seus eternos rivais, ou então quando qualquer coisa corre mal nos jogos dos leões – veremos o que se passará hoje em Alvalade.

A verdade é que Luís Filipe Vieira também deveria fazer conferências de imprensa quando o seu clube é beneficiado, como aconteceu em jogos recentes. Reinaldo Teles também deveria pensar se em determinados jogos também houve premeditação dos árbitros em benefício do FC Porto. Por sua vez, Dias da Cunha, deveria também olhar para o seu umbigo e verificar os jogos em que os leões tiveram lances polémicos a seu favor. No fundo, os 3 clubes têm razões de queixa, como praticamente todos os clubes terão ao longo do campeonato, mas fazendo as contas, acabam sempre por ser os mais beneficiados. Quantos e quantos lances acontecem em que os favorecidos são os denominados grandes? Os pequeninos, esses têm ligeiro tempo de antena para expressar a sua indignação sobre lances polémicos, logo abafados pela máquina do futebol português, acompanhada pelos meios de comunicação social. Qual o interesse em acompanhar as queixas de um Penafiel ou Moreirense – sem desprimor para estes clubes – quando é mais importante analisar as queixas do grande que teve um off-side mal assinalado ou uma expulsão injustificada?

domingo, maio 08, 2005

PORTO EMPATA EM MOREIRA DE CÓNEGOS 

Nei festeja o primeiro golo da partida.
Foi um jogo altamente emotivo aquele que se assistiu em Moreira de Cónegos. De um lado o Moreirense, que jogava uma das últimas cartadas na luta pela manutenção no escalão principal, e do outro o FC Porto, que via neste jogo a oportunidade única de se aproximar da liderança do campeonato e voltar a acreditar com mais força na revalidação do título de campeão nacional.
O jogo começou em grande velocidade, com ambos os conjuntos a procurarem adiantar-se no marcador. Foi mais eficaz o Moreirense, que aos 9' viu Nei aproveitar um ligeiro desentendimento entre Pedro Emanuel e Vitor Baía para inaugurar o marcador. Até ao intervalo o FC Porto procurou recuperar da desvantagem, mas o seu futebol era aos repelões e só raramente conseguiam chegar junto da baliza de João Ricardo, sendo que a melhor oportunidade surgiu mesmo no final do primeiro tempo, quando Sérgio Lomba corta uma bola que ia direitinha para o pé de Postiga.
No segundo tempo, o FC Porto continuou a carregar, e a 25' do fim o Moreirense começava a dar sinais de fadiga, reflexo de uma partida jogada a ritmo intenso. Mesmo assim, à passagem dos 70' a equipa da casa teve dupla ocasião para dilatar a vantagem, mas Baía apareceu em grande estilo. Não aproveitou o Moreirense, e a 15' do final do encontro Postiga consegue empatar a partida, numa boa jogada individual e aproveitando a saída extemporânea do guarda-redes adversário. Até final, o FC Porto acentuou o seu domínio sobre um adversário desmoralizado e fatigado, e nos últimos instantes do jogo - quando já jogava com 10 jogadores, por expulsão de Quaresma - Benny McCarthy e Postiga perdem duas soberanas oportunidades de golo.
O resultado acaba por se ajustar ao desenrolar do encontro, uma vez que ao maior domínio da equipa portista responderam os de Moreira de Cónegos com denodo e contra-ataques perigosos. A 3 pontos da liderança e olhando para os jogos que se avizinham, o FC Porto pode (e deve) sonhar com a reconquista do título nacional, ao passo que ao Moreirense só mesmo um grande milagre pode evitar a sua despromoção.

COMO N'DOYE ESTA DERROTA 

Miguel salta sobre N'Doye, autor do golo que ditou a derrota benfiquista
A duas jornadas do final, o Benfica escorregou em Penafiel e vê a liderança do campeonato ficar à mercê do Sporting, ao passo que o FC Porto pode aproximar-se perigosamente.
Mais uma vez, faltou à equipa encarnada alma de campeão e, principalmente, alguém que pense o jogo da equipa. Nuno Assis chegou ao clube, e fez um conjunto de jogos bastante positivos, mas paulatinamente tem decaído de produção e o Benfica vive apenas da inspiração do lateral Miguel, da garra de Manuel Fernandes - hoje ausente - e das explosões de Simão Sabrosa. E quando estes não aparecem, as coisas complicam-se, como aconteceu em Penafiel.
No entanto, os encarnados até entraram bem no jogo, encostando os penafidelenses, mas sem criarem oportunidades claras de golo. Ao intervalo, o nulo que se registava reflectia a inoperância dos ataques de ambas as equipas.
O segundo tempo trouxe um Penafiel a jogar mais largo, surgindo Wesley e N'Doye em grande plano, enquanto o Benfica parecia falho de ideias. Trapattoni mexe na equipa, colocando Delibasic a apoiar Mantorras- que tinha substituído Karadas no reatamento - e o Benfica recomeça a tomar a contar do encontro. Mas o Penafiel, que já variadas vezes tinha tentado sair para a contra-ofensiva, aos 60' consegue finalizar com sucesso uma dessas jogadas. O senegalês N'Doye, aproveitando uma abertura de Clayton, marca o primeiro e único golo da partida, gelando os largos milhares de adeptos encarnados que se encontravam nas bancadas. Até final, os comandados de Trapattoni tentaram de tudo para se acercarem com perigo da baliza à guarda de Nuno Santos, mas foram sempre ineficazes, demonstrando uma total incapacidade de organização ofensiva, atributo necessário para quem quer vencer uma partida e conquistar um campeonato.

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